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Círculo Vermelho

Há tão pouca gente que ame as paisagens que não existem!...

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16
Jun07

O Sentido da Arte

Laura Afonso

Nadir Afonso analisa os mecanismos da criação artística a partir de quatro princípios: sob a forma de condições de existência, as leis preexistem no cosmos; universo e obra de arte mantêm com estas leis relações de semelhança; é mediante a sensibilidade receptiva a esse meio legítimo que o criador concebe o objecto; daí que, para sentir as qualidades próprias do objecto criado, seja necessário contemplar as leis. Começando por uma explicação dos erros da percepção, o autor prossegue enumerando as contradições em que caem normalmente os estetas e historiadores do fenómeno artístico, acabando por mostrar que o Sentido da Arte não está na intencionalidade do sujeito, nem na extensão do objecto, mas nas condições reais da existência.

Para Nadir Afonso, estas condições não são idênticas às que o marxismo e o idealismo (Hegel e Husserl, em particular) propuseram, já que apenas se referem à precisão matemática de relações qualiquantitativas. Assim, não há nenhuma necessidade de entremear a arte com qualquer magia e mitologia, ou de acreditar que ela expressa estados da alma e paixões do corpo. O único mistério da arte é o da preexistência das leis. Mistério que o autor não procura resolver através de uma nova metafísica, dado que apenas lhe interessa perceber a relação entre o acto humano de criação e as causas primeiras. Para o efeito, Nadir Afonso dedica-se particularmente aos fenómenos da percepção das formas geométricas anteriores ao homem - sol e disco lunar, superfícies do céu e do mar limitadas pela linha do horizonte, troncos que se entrecruzam em quadrados, triângulos e rectângulos -, pois são estas as figuras básicas da Arquitectura, da Pintura e da Escultura, como das restantes artes. Para ele, toda a arte se limita a descobrir e representar estas formas simples, ou a aduzir-lhes as estruturas mais desenvolvidas que delas decorrem. Deixando de lado a criação "ex nihilo", Nadir Afonso insiste na ideia de que a originalidade de cada objecto evoca os outros, expressando simultaneamente a perfeição das figuras para o sujeito, dentro de uma totalidade que tende para a harmonia da bela forma que confere à arte a sua universalidade.

 

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